segunda-feira, 1 de abril de 2019

seu cheiro ficou
seu gosto estacionado na soma de células do lençol trocado
seus olhos firmes transmitiam o silêncio

falta de coragem pra ser inteira
de dizer conversa furada
dos incômodos cotidianos

da preguiça do despertador
da cafeteira aviando a ausência de xícaras, pessoas

seu peso ficou
não em meu corpo
no ar do infinito

seu medo de expor
brindou reflexões de mar
de navegar

de maneira corriqueia

seu óculos ficou
como imagem da sua incapacidade
de reconhecer minha vontade de aquecer seus dedos
anseios
transformar medo em  prazer

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