terça-feira, 13 de agosto de 2013
hoje é segunda?
Daqui uns dias três anos na cidade esburacada. Três anos de perreio, desgosto, tristeza, antipatia, indiferença, decepção, alegria.
O copo vazio, a mente cheia. O isqueiro no final, o maço cheio. O olhar no céu, o rosto ferido. O corpo inquieto, a aparência tranqüila. A incerteza do talvez somada a certeza da dependência. Uma gata surda, uma paixão escondida. Devaneios. Muito trabalho, rotina, ônibus, cansaço. Amigos? Poucos. Sempre amortecida de álcool, sempre entupida de veneno. Intuições, pressentimentos – a luz piscou. A ponte ruiu, aquela garota..apenas sumiu.
A carteira vazia, a vontade que aperta as pessoas sentadas na mesa – de novo, dependência. Um chopp, um paiero, um isqueiro, uma breja, uma dose, um devaneio...
Um malboro, um isqueiro. Um casal, um fracasso – monótono. Água morna de merda, nada acontece, nada não-acontece.
Um isqueiro, um Lucky strike vermelho, uma luz. Um isqueiro, um carlton vermelho. Uma nota, um acústico - um cinzeiro.
Recordo-me de agosto, mês do desgosto. Subida extensa, bicicleta dura, perna forte, cotidiano sofrido. Já é cedo, é sábado e domingo.
Um isqueiro, free azul – um canto pra descansar. Falta de sono e excesso de cansaço. Um amigo, uma bicicleta, uma rua reta – uma tortinha de limão, esse é meu camarada mascarado. Pessoas amáveis, de coração grande, a mesa azul, a caixa plástica e os esmaltes duros. Um amor de inverno eterno, umas férias falidas, um emprego patético.
Sofrimento, onde estão minhas roupas? Perdi minha identidade superficial, e agora? Desnudei meu rosto, armei pro lado oposto. Segui. Caixote úmido. Amigo esquisito, uno azu.
Um isqueiro, malboro blue ice. Extensas reflexões sobre a rejeição, a solidão doída na alma de um solitário condicionado, o amor escorrendo pelo asfalto denunciava sua inquietação. Ele chorou como criança! Ele! Isso mesmo! Quem disse que homens não choram?
Saveiro branco, devaneio pequeno, o que estou fazendo nesse bairro não habitual? Meu momento é tão pequeno que me sinto vermelha.
Cabeça esquisita, mente aflita, amor descontinuo. Estou fodido.
Um isqueiro, Hollywood vermelho! Caralho, estou na merda! Quero sumir dessa terra!
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