O corpo resguardado
do sono é desperto: a obrigação social cristã será cumprida: é o momento de
velar a morte. A morte de uma pessoa que nunca conheci e nem consigo
esboçar a sua expressão facial. As coroas de crisântemo – o cheiro típico da
tristeza imposta pelo apego – funcionários, parentes, conhecidos e colegas
participam do momento – compartilham o fim inevitável. O cortejo segue
ao cemitério verde-florido, o silêncio somado a plenitude reflete o pesar de
uma família. Faço um grande esforço para não olhar o caixão recoberto de
terra.
O velho professor
recorda com pesar o suicídio de seu filho, há oito anos – sua visão sobre a
morte difere muito do cristianismo – tudo são partículas. Há muito tempo tento
enxergar a morte como passagem e não participar de velórios e
religiosidades. As expressões faciais de meus colegas de trabalho
esboçam o apego infindável na matéria. O caminho de volta é monótono – a
neblina insípida.